Pesquisador esclarece questões sobre o monitoramento das redes sociais dos candidatos ao governo

Resultado da pesquisa foi contestado por um das chapas

21/08/2014 09h25 - Atualizado em 22/08/2014 às 00h02

Lenilda Luna - jornalista

A pesquisa realizada pelo professor Ronaldo Araújo, do curso de Biblioteconomia da Ufal, com o apoio da Social Figures, uma empresa de monitoramento das redes sociais, por meio do plano acadêmico do Brandcare, sobre participação política, interatividade e engajamento on-line nas eleições estaduais de Alagoas, foi contestada pela assessoria de um dos candidatos em um site de notícias. A crítica se referia a um erro no número de seguidores dos candidatos.

Sobre essa questão, o professor Ronaldo Araújo esclareceu que a análise abrange o monitoramento no período de 1º a 31 de julho e tem como mídia o Twitter. "O aumento dos seguidores que o candidato Renan filho (PMDB) obteve nesse período é sim de 122 seguidores como mostro na pesquisa, o erro na verdade foi de digitação, na hora de descrever os números absolutos de seguidores, onde está 1.010, deveria ser 11.010, e onde está 1.132, deveria ser 11.132, faltou '1' no inicio das sequências", esclareceu Ronaldo Araújo.

O pesquisador ressalta ainda que, apesar do erro de digitação, o método da pesquisa e a análise estão corretos. "Esses dados foram obtidos por meio do serviço TwitterCounter em consulta ao perfil do candidato, inclusive, a mesma fonte consultada hoje aponta que o perfil tem atualmente 11.365 e não os 11.400 informado pela assessoria, que deve ter usado outra fonte, provavelmente visualizando o perfil diretamente no Twitter", esclareceu o professor.

Quanto à interatividade, o professor defende que a fundamentação teórica da pesquisa permite sim a afirmação de que no geral os candidatos não venceram o desafio da interação. "Desenvolvemos pesquisas semelhantes em 2012 nas eleições municipais que provam isso, e outros grupos de pesquisas nos estados de Minas Gerais, Paraná e Bahia com análises das eleições presidenciais e ao governo dos estados, em 2010, também confirmam", garantiu o professor. 

Ronaldo Araújo esclarece que, no caso da pesquisa específica apresentada, foi indicado que apenas 9,11% do total das mensagens são dos candidatos. "Ainda não analisamos a responsividade dos candidatos para saber se interagem ou não, logo, muito em surpreende, e não vejo razão para que a assessoria afirme que a pesquisa foi feita de forma equivocada", rebateu o professor.

O pesquisador afirma ainda que a pesquisa segue metodologias da comunicação política no âmbito das redes sociais e inova trazendo essa reflexão quanto à participação política e engajamento cívico de eleitores. “Pesquisas nessa linha, no geral, só se interessam pelo desempenho dos candidatos”, ressaltou.

Para consultar pesquisa anterior veja: 

ARAUJO, R. F. ; PEREIRA, B. C. . O twitter como ferramenta de mediação cívica: interatividade e conversação nas eleições municipais de Maceió.. In: Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política, 2013, Curitiba. Anais do 5º Compolitica. Curitiba: Compolitica, 2013. v. 5. p. 1-20. Disponível aqui.